Acontece todas as noites
fatídica hora
o encontro entre a cabeça e o travesseiro
todos fogem
fico sozinha e a espuma não amortecerá
a queda do meu pensamento
declínio do desejo...
todas as noites eu experimento morrer
é a hora das constatações
quantas aranhas tecem neste labirinto?
os pequenos atrasos dos ponteiros
a mobilia empoeirada do cotidiano
o corredor comprido demais
colchão sem cama
alma sem cama
o corpo sem cama
Lá fora o mundo está pequeno
mas aqui dentro ele é grande e me perco
O cachorro está uivando para a lua inexistente
e o louco quer que eu o acompanhe
quem sabe qualquer madrugada
ao invés de sonhar
eu acordo
karla izidro
Oribela esconde uma fera no fundo do seu armário. Cuidado ao tirar o laço de cetin. Um tigre ou um elefante com seus dentes de marfim, podem escapar de seu jardim. Senhoras e senhores cuidado com ORibela A moça prendada também pode ser uma fera Uma mulher subjugada não tem nada de bonito Guarda embaixo de sua saia uma fúria desvairada Cuidado com a mulher que teve sua língua ceifada Pode até ser educada na Suíça ou “sacre croer” Mas no fundo da garganta uma voz que não fala canta.