sábado, dezembro 15, 2007

JE REVÊ DE VERS DOUX...
Albert SAMAIN (1858-1900) in "Au jardin de l'infante"

Je rêve de vers doux et d'intimes ramages,
De vers à frôler l'âme ainsi que des plumages,
De vers blonds où le sens fluide se délie
Comme sous l'eau la chevelure d'Ophélie,
De vers silencieux, et sans rythme et sans trame
Où la rime sans bruit glisse comme une rame,
De vers d'une ancienne étoffe, exténuée,
Impalpable comme le son et la nuée,
De vers de soir d'automne ensorcelant les heures
Au rite féminin des syllabes mineures.
De vers de soirs d'amour énervés de verveine,
Où l'âme sente, exquise, une caresse à peine...
Je rêve de vers doux mourant comme des roses.

As Montanhas...

AS Montanhas respeitam o sono dos Gigantes,
por isso permanecem em silêncio.

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Café com Nina Simone


Sairei pelas ruas e direi seu nome,
Clandestinamente,
O vento soprará em sua procura
e talvez no rádio alguma canção traga notícias de você.
Quem sabe...
Eu sei! Depois daquela rua existirão outras tantas iguais,
mas se olho para o céu as nuvens mudam de direção e formam diferentes labirintos...
As árvores jogam suas folhas e flores e frutos encharcando o asfalto com sua seiva
as coisas naturais e os objetos silenciosos sabem o meu segredo e o guardam comigo.
O retrato colorido que tenho em minha retina não é o mesmo com que me vêem...
Um pouco solitária e misteriosa ,talvez meio envelhecida.
Mas tudo isso não importa ao amanhecer ou ao cair da tarde quando as verdadeiras coisas anoitecem junto com a lua, ao som de Nina Simone.
Esta é tão somente
minha mais bem acompanhada solidão.

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Palavras de Paul Verlaine


Este poema me foi providencialmente apresentado por minha amiga revisitada Zida,ele é do Paul Verlaine.




Paul Verlaine
Oh! por causa de alguém, sem calma, triste, triste estava minh'alma!
Jamais, jamais, me consolei, mesmo depois que a abandonei!
E mesmo depois de a minh'alma procurar longe dela a calma,
jamais, jamais, me consolei, mesmo depois que a abandonei!
E meu coração, tão sensível, diz à minh'alma: - É, pois, possível,
será possível, ele insiste este exílio cruel e triste?
E a alma responde ao coração: Sei lá porque esta ilusão
de estarmos perto, ainda que ausentes, e, ainda que longe, tão presentes?

sexta-feira, dezembro 07, 2007


Será que é puro e é desejo?
Poderia ser se não fosse
Vermelho
Á gua mole em pedra
dura em meu coração.
Já não é mais amargura é solidão.
Será que é puro e é Vermelho?
Poderia ser se não fosse desejo.
Vão seus anéis restam meus dedos
Vão suas mãos jogando segredos
pelo chão
Será que é puro e verdadeiro?
Poderia ser ...
se não fosse ,
o medo.

quinta-feira, dezembro 06, 2007

Cidade perdida II

Tudo foi uma grande subida
mas na descida nenhum santo ajudou
Ali por onde tantas histórias foram tombadas
Conservo a minha entre uma sístole e uma diástole
Quando este coração entrar em contra-tempo
as pedras de Ouro Preto ainda existirão,
e meus passos estarão lá ,
relembrando os noventa e nove degraus que me levavam até você.